Dez dos 14 comandantes das corporações de bombeiros do Médio Tejo, no distrito de Santarém, manifestaram hoje preocupação com a possível extinção dos comandos sub-regionais de emergência e proteção civil, medida que poderá ser implementada pelo Governo e pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Numa carta aberta dirigida à ministra da Administração Interna, ao secretário de Estado da Proteção Civil e ao presidente da ANEPC, os responsáveis operacionais dos corpos de bombeiros da sub-região do Médio Tejo defendem a manutenção do modelo atual, implementado em janeiro de 2023, por considerarem que este tem sido essencial na coordenação entre bombeiros, autarquias e comunidades intermunicipais.
Os comandantes sublinham que o atual modelo permite uma resposta mais eficaz às emergências, promovendo a partilha de recursos entre as diversas corporações. Destacam ainda que a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo tem sido um “exemplo notável de colaboração bem-sucedida”, tendo recentemente sido anunciado um investimento de cinco milhões de euros para reforçar a capacidade de resposta, através da aquisição de veículos operacionais e infraestruturas.
Os subscritores do documento alertam que reverter a estrutura dos comandos sub-regionais pode comprometer os avanços obtidos e enfraquecer a cooperação entre as entidades envolvidas na proteção civil. Consideram que uma nova reestruturação seria “nefasta e precipitada” e apelam ao Governo para reconsiderar a intenção de alteração do modelo organizativo.
O documento é assinado pelos comandantes de 10 corporações da região, incluindo Abrantes, Alcanena, Entroncamento, Caxarias, Fátima, Ferreira do Zêzere, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. Os comandantes das corporações de Ourém, Torres Novas, Constância e Mação não subscreveram a carta.