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Oliveira do Mouchão: a árvore milenar que resiste ao tempo em Portugal

No coração da freguesia de Mouriscas, no concelho de Abrantes, encontra-se a impressionante Oliveira do Mouchão, considerada a árvore mais antiga de Portugal, com uma idade estimada superior a 3.350 anos. Este monumento vivo, classificado como Árvore de Interesse Público desde 2007, continua a crescer e a produzir azeitonas, testemunhando séculos de história e transformações culturais.

Uma árvore de dimensões notáveis

A Oliveira do Mouchão destaca-se pela sua imponente estrutura. Com cerca de oito metros de altura, o seu tronco tem um perímetro superior a seis metros e, na base, ultrapassa os 13 metros de circunferência, sendo oco o suficiente para que uma pessoa possa permanecer de pé no seu interior. Esta árvore notável está protegida por um muro, que foi construído para preservar as suas raízes e garantir a sua longevidade.

Antes da sua recuperação, a base da oliveira apresentava uma concavidade aberta, e as suas raízes estavam expostas. Segundo relatos de antigos moradores, era comum ver pessoas a abrigarem-se da chuva ou mesmo a jogar cartas no seu interior. Com a intervenção dos técnicos, foi adicionada terra fértil e adubo para melhorar as condições da árvore, resultando numa recuperação visível da sua vitalidade.

História e preservação

Originalmente parte de um pequeno olival, a árvore foi entregue à igreja como pagamento de uma promessa, tendo sido posteriormente vendida em leilão. Em 2016, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), através do investigador José Luís Lousada, realizou medições detalhadas para confirmar a sua idade, colocando-a entre as mais antigas do país.

Em 2020, a Oliveira do Mouchão ficou em segundo lugar no concurso nacional da Árvore do Ano, reforçando o seu estatuto como um dos mais importantes exemplares da flora nacional.

Um testemunho da história agrícola e cultural

Esta árvore milenar ainda produz azeitonas, sendo um exemplo vivo das antigas técnicas de enxertia introduzidas pelos Fenícios. Parte da árvore produz azeitona galega, uma das variedades mais apreciadas em Portugal, enquanto outra parte mantém a sua origem bravia, mais resistente.

A região de Mouriscas tem uma longa tradição ligada à produção de azeite, combinando técnicas de cultivo ancestrais com a produção metalomecânica de instrumentos para a extração do azeite. Até hoje, sobrevive em Mouriscas uma fábrica que ainda produz seiras e capachos, usados nos antigos lagares.

Turismo e natureza

A Oliveira do Mouchão tornou-se um ponto de interesse turístico, atraindo visitantes nacionais e estrangeiros, grupos escolares e investigadores. A árvore está integrada na Rota das Ribeiras de Arcês, Rio Frio e Tejo – GR55, um percurso que atravessa os concelhos de Abrantes, Sardoal e Mação, oferecendo trilhos de diferentes níveis de dificuldade para os amantes da natureza.

Localizada a cerca de um quilómetro do rio Tejo, a árvore deve o seu nome ao Mouchão, uma pequena ilha fluvial onde os habitantes locais costumavam pescar. Segundo a tradição oral, as pessoas reuniam-se à sombra da oliveira antes de partir para a pesca, criando uma ligação histórica e cultural que perdura até aos dias de hoje.

Uma relíquia viva do património português

A Oliveira do Mouchão é muito mais do que uma árvore antiga – é um símbolo da resistência da natureza e da importância da preservação ambiental. Testemunha silenciosa de mais de três milénios de história, continua a ser um marco de identidade local e um verdadeiro tesouro natural de Portugal.

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