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Furto de pinheiros centenários no Silveiro causa prejuízo de milhares de euros

Um furto bem planeado e meticulosamente executado deixou um proprietário de terras no Silveiro, Oliveira do Bairro, em choque. Mário Gonçalves, dono de um pinhal com árvores centenárias, descobriu no último domingo que 27 dos seus pinheiros de grande porte haviam sido cortados e levados por ladrões. O crime, que já estaria a ser preparado há meses, resultou num prejuízo de milhares de euros.

Telefonemas suspeitos levantaram dúvidas

O proprietário começou a desconfiar de algo estranho quando recebeu duas chamadas telefónicas no final do ano passado. Na primeira, um homem mostrou interesse em comprar a madeira ou até o próprio terreno, proposta que foi recusada por Mário Gonçalves. “Esse pinhal fazia parte dos altos que me pertencem para fazer face ao resto da vida”, explicou, referindo-se à importância daquelas árvores para o seu futuro.

Algumas semanas depois, uma segunda chamada trouxe um aviso inusitado: alguém dizia-lhe que o mato do pinhal tinha sido cortado e que agora havia um caminho de acesso aberto. Sem entender bem o motivo daquela informação, Gonçalves não deu grande importância no momento. No entanto, ao passar pelo local dias depois, notou um pinheiro derrubado na entrada da propriedade. “Por alma de quem fizeram isto?”, questionou-se.

Uma noite de temporal e um palpite certeiro

Na noite do penúltimo sábado para domingo, enquanto um forte temporal assolava a região, o dono do pinhal teve uma estranha sensação. No dia seguinte, foi ao terreno e confirmou o pior: os pinheiros tinham sido furtados. Árvores que levaram mais de um século a crescer desapareceram numa única noite. Os troncos foram cortados com precisão, sempre acima das feridas da resinagem, evitando que as bicas metálicas danificassem as serras dos ladrões.

Os assaltantes levaram apenas a madeira mais valiosa, deixando para trás a ramada e alguns troncos resinados. Curiosamente, também cortaram alguns sobreiros, mas acabaram por não os levar, por razões desconhecidas.

Queixa na GNR e dificuldades na investigação

Perante o cenário de destruição, Mário Gonçalves dirigiu-se imediatamente ao posto da GNR de Oliveira do Bairro para apresentar queixa. No entanto, sem suspeitos identificados, foi informado de que não seria possível abrir um processo formal.

Além do seu caso, ficou ainda a saber que, no dia de Carnaval, outro pinhal na mesma localidade foi alvo de um assalto semelhante. Aparentemente, os ladrões estão organizados e especializados neste tipo de crime, planeando os furtos com antecedência e escolhendo alvos isolados e de difícil vigilância.

A esperança do proprietário e de outros lesados na região é que as autoridades passem a monitorizar com mais atenção este tipo de ocorrências, possivelmente reforçando patrulhas por caminhos secundários.

Prejuízo elevado e dificuldades na recuperação

O furto dos 27 pinheiros representa uma perda significativa, não só pelo valor financeiro da madeira, mas também pelo tempo necessário para se formar um pinhal deste porte. “Para se criarem pinheiros assim, só na vida de um homem”, lamentou Mário Gonçalves.

Agora, além do prejuízo causado pelo roubo, o proprietário enfrenta dificuldades adicionais para remover os restos de madeira deixados para trás. Utilizando um trator e um reboque, já conseguiu recolher parte dos troncos e ramos, mas ainda há muito trabalho pela frente.

O crime chama a atenção para um problema recorrente na região, onde madeireiros e intermediários desonestos muitas vezes compram madeira roubada sem questionar a sua origem. Resta saber se as autoridades conseguirão travar esta onda de furtos e proteger os proprietários que, como Mário Gonçalves, dedicam décadas ao cultivo das suas terras.

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